31 de julho de 2008

Buscando a câmera

dia 2 agora vou pra são paulo, comemorar o primeiro aniversário do AOE junto com os outros que escrevem no site junto comigo e mais quem quiser ir, geralmente alguns leitores que já confirmaram sua presença e irão pagar uma cerveja pra toda a equipe. mas isso não vem ao caso, o que vou contar a vocês aconteceu a poucos minutos atrás, só pra dar uma noção do tempo que escrevo isso, como se fosse fazer diferença...
minha câmera morreu, então, para tirar fotos, dependo da boa vontade alheia de pessoas que podem me emprestar suas câmeras por algum tempo. A pessoa da vez que pedi emprestada a câmera foi minha prima, a Manuela, como não sou de falar muito com ela, pedi pra minha irmã ligar e pedir, coisa quee la fez, ams ela não tinha como me entregar, então, rolou um certo planejamento pra que o aparelho chegasse as minhas mãos. é isso que descrevrei para vocÊs daqui em diante.
primeiro de tudo, chego em casa depois do trabalho, cansado porque tive que ficar um tempo a mais, ams isso não importa, o que interssa é que u estava podre, mal conseguia andar. mal consigo andar agora talmbém, mas deixa isso pra lá. olho no PC e tem um bilhete para mim, dizendo o seguinte:
"santhyago, ligue pra teresa que a maquina está com ela. ligue e ela vai te passar o endereço pra ir até lá buscar. só depois das 18Hs ela vai estar na casa do namorado dela que é perto do paraná club" e o telefone dessa tereza. olho o relógio e já eram 20 horas, então, horário perfeito pra ligar. pego o telefone, e o desgraçadoestá cortado, mas por sorte,tem ourta linha que adivinha só? está cortada também. sem escolhas, pego o celular e gasto meus preciosos créditos pra ligar para um pessoa de são paulo e faço a ligação para essa terza:
-alô?
-opa, beleza? aqui é o santhyago, primo da manuela, é sobre a camera que ela pediu pra me entregar
-ah sim ela tá aqui, pode vir buscar?
- posso sim
-...
-...
-...
- ãhn, qual o endereço daí?
- ah é, pega a rua geraldo omwskewlrkçjrwel (interferencia nessa hora)
-que? como ? ah, tá certo, que número?
-número tal, vai vir a pé ou de ônibus?
-acho que a pé, deve ser perto
ela se despede, e eu vou atrás da lista telefônica, achar a rua. depois de 3 minutos, não encontro nada e então, recorro ao mestre de todas as respostas, o google, que não me dá respósta nenhuma, achei justo, já que não tinha o outro nome da rua e escrevr geraldo não me levou a nada. seguindo as indicações do bilhete, resolvo sair de casa atrás do lugar.no caminho, ligo pra ela de novo e pergunto perto de onde fica. me dando um ponto de referência decente, eu sigo caminho pra lá, não sem antes me perder e ir pro lado oposto e errado, facilmente resolvido ao perguntar pra um cobrador de ônibus se aquele era o ponto certo. era outro ¬¬'.
no caminho, percebo uma coisa. era o lado mais barra pesada de meu bairro, onde tem pelo menos um fura-bucho por dia. torcedo para quee eu não seja o escolhido pra cumprir a meta do dia, ando no meio de duas ou três bocas de fumo e de rodinhas de mano ouvindo "candy shop". quando esou no ponto que la disse, acabo não achando a rua. pudera, nenhuma delas tinha placa, seria um milagre achar a rua sem isso. mas sabe-se lá como, de meu lado se abre uma porta e de lá, uma mulher assustada olha pra fra, e quando me vê, ameaça fechar a porta novamente
- ei, sabe onde fica a rua geraldo.... algo assim?
-geraldo? sei não, nem inziste rua com esse nome por aqui. vai mais pra frente que nu mercadinho podem saber.
-tá certo, obrigado e boa noite- mal termino a frase e a porta bate na minha cara. gente educada é outra coisa...
nem chego ao mercado, pois a rua AO LADO de onde a mulhjer abre a porta tem uma placa, a única em um raio de 3 quilometros, com o nome da rua que eu queria, que acabei descobrindo se chamar Geraldo orketing, uma beleza. começo a catar os numeros, algo que de primeira, percebo que poderia ser algo dificil, quem sabe, impossivel.
sabe aquelas ruas que cada cadsa tem pelo menos 4 numeros diferntes, e cada um deles segue uma ordem completamente aleatória? essa era uma dessas ruas. ando por ela umas 3 vezes, olhando as casas. lá pela 4ª vem, pessoas nas janelas já começam a me observar, então, resolvo ligar pra ela novamente:
-ãhn, olá, eu já estou na rua e não estou achando o número...
- ah, é um sobrado amarelo, com um carro branco na frente.
-tá certo, vou achar. até mais
a primeira informação da noite que poderia me levar a algum lugar. é, eu achava isso, se não fosse o caso de a rua ter 12 sobrados, sendo 5 desses amarelos e 3 desses sobrados amarelos terem um carro branco na frente, umabeleza. logo no primeiro, tem uma mulher na frente, pergunto a ela:
-olá, aqui é o número tal?
-não, aqui é o número 21
-opa, então errei feio, té mais
puto da vida já e começando a me molahr, pois uma garoa fina havia começado tiro o celular do bolso e ligo novamente, mas agora, um grupo que estava andando pela rua para pra me ver. temendo pela vida,ligo e peço pra ela me esperar ma frente de casa. logo que desligo, um dos caras do grupo vem pra falar comigo:
-perdido, cara?
-não, só um pouco, ams acho que já me achei.
-seguinte, será que rola de dá uns trocado pra nóis tomá uns goró?
dou umas moedas pra ele e me livro e sigo o caminho, pensando em como seria a volta, se eu fosse abordado dquele jeito de novo. eu estava só com 2 reais no bolso, dependendo, eu oltava de ônibus pra casa.
2 ruas ABAIXO de onde u stava era onde essa tereza estava me esperando. pego a camera,explico uma versão simples dessa história, ela ri um monte e vou pra casa, já meio molhado da chuva.
minha prima deve ter um tipo de problema, porque ela me deu a camera em uma sacola vermelha, impossivel de esconder aquilo. coloco a camera no bolso e sigo o caminho de volta. quando estrpiu próximo a uma igreja, dois grupos de manos começam a se aproximar, um da cada lado da rua, era a hora de eu escolher o menos perigoso. escolhi o que parecia ter menos pessoas, impossivel definir quantos são quando eles estão juntos, parece tudo uma massa de pano rosa e verde limão, algo bizarro.
eles me aborada, com a mesma pergunta de antes, parece que é um código, sei lá. um deles começa a ir pra trás de mim, andar de um lado pra outro na rua essas coisas, ams tiro o dinehiro rápido o suficiente e consigo sair do cerco antes que fosse tarde demais. molhado e com a adrenalina ainda correndo no corpo, chego em casa e descanso um pouco aqui, escrevendo isso para vocês.
é, quando eu voltar, terei fotos para mostrar, uma beleza. e esperoque a viagem renda algo interessante pra contar, pois será algo que valerá a pena, isso se eu voltar de lá.

30 de julho de 2008

catando lixo

desde sempre, catar coisas pelas ruas sempre foi um hobby meu. desde catar aquele folheto que parece interessante, até fuçar sacolas de lixo atrás de algo que me chamou a atenção através da transparência da sacola. tudo começou a muitos anos atrás, numa época em que tudo o que se jogava fora era realmente lixo. eu era um garoto que mal saia de casa, só ficava assistindo TV. eu tive uma época que ficava na freente da tela maldita por horas e horas, sem fazer nada. até que u mdia, recebi a noticia que uma vizinha iria se mudar e como todo bom garoto curioso, fui lá olhar os caras colocar as mudanças no caminhão. é, minha infância foi movimentada ¬¬'
depóis que tudo foi embora, um pacote jogado no canto me chama a tenção. era lixo, eu sei, ams sei lá, tive uma vontade de fuçar o pacote, pra ver o que ele tinha. ali, encontrei revistas velhas, jornais, livros meio estranhos, pedaços de plásticos de coisas quebradas e um pequeno rádio a pilha que ainda funcionava.
desde esse dia, sempre que eu chava um saco interessante, eu o abria para ver se tinha algo que eu poderia querer. por causa disso, já consegui ter em mminhas mãos pilhas de revistas, jogos velhos, vitrolas quebradas, pedaços de video cassete, e um carro verde, coisas que tenho aqui em casa jogadas em algum canto ainda.
mas eu ser um catador de lixo não é o objetivo disso. nisso sempre veio a minha cabeça a pergunta: "porque alguém jogaria isso fora?"
objetos sempre tem um valor, sentimental ou financeiro, reunir energias suficientes para ter coragem de o jogar fora é uma coisa que não entra em minha cabeça, eu, um cara que tem em até hoje pacotes de molhos desalgadinho, daqueles que dizia ser gelados, folhetos de politicos de 1996, todo o tipo de cacareco que eu nunca achei sentido em jogar fora e que ainda acho que pode ser útil.
mas é juntando todas essas coisas que eu acabo me perguntando o que é realmente importante para mim, se são coisas que acho no lixo e que tiveram valor pra alguém um dia, ou são aquelas coisas que eu guardo com toda a segurança, pra que nunca tenham o mesmo fim que aquelas que acho?
ainda espero que a resposta disso esteja longe, até lá, continuarei a buscar algo que valha a pena nas lixeiras reais e emocionais dos outros

29 de julho de 2008

bêbados me perseguem, só pode

Aqui, uma história que usei certa vez para tentar ganhar mais um livro da trilogia do guia do mochileiro das galáxias. não ganhei, ams a história é que vale a pena, no fim de tudo.
Tudo começa em um dia que eu tinha resolvido ir para o centro de Curitiba, fazer exatamente o que eu não me lembro, mas eu estava indo pra lá. Lá estava eu, todo concentrado, com um livro na mão pra variar um pouco, quando do meu lado se encostam duas velhas e começam a conversar. O sol estava batendo exatamente onde elas estavam e uma delas sugeriu saírem dali e esperar em outro canto. Como a vida é um lugar engraçado, entra no tubo exatamente nesse momento um bêbado, que ao ver as duas se afastarem, começa a gritar com elas:
- EI, SUAS VACAS! EU NÃO SOU LADRÃO NÃO, EU TÔ INDO PRA CASA PORQUE EU MORO NO CENTRO AQUI TÁ? A MINHA CHAVE DO HOTEL E VOCÊS ACHAM QUE EU VOU ROUBAR VOCÊS? SUAS VELHAS METIDAS PIRANHAS! MEU PAI É SARGENTO E EU PODIA ACABAR COM VOCÊS AQUI, MAS EU SOU LIMPO, NÃO FAÇO ISSO (complete com o papo de bêbado de sempre aqui por mais umas 4 linhas)
Nessa hora, as mulheres começaram a desfiar um monte de desculpas para o cara e ele ainda continua a xingar elas. Como já disse, a vida é engraçada e dou uma chance pra vocês adivinharem ao lado de quem o bêbado foi se encostar para gritar com as mulheres.
Pois bem, lá estava eu, ao lado de um Pudim de pinga, com mais álcool que sangue no corpo, com cara que tinha acabado de sair de um puteiro, gritando ao meu lado e atrapalhando minha leitura. A essa hora, deviam ter umas 20 pessoas no tubo, além dos já citados aqui. Depois de ter minha leitura atrapalhada, eu já não conseguia mais ler em paz e como o livro era um pouco largo, o fechei com força, fazendo um barulho que calou a boca do bêbado por alguns segundos, pois ele logo havia retomado suas ofensas sem sentido.
Nessa hora, sei lá o que me deu, eu resolvi que isso tinha que acabar. Virei por lado, olhei bem pra cara do bêbado e falei pra ele calar a boca, que ele estava incomodando todo mundo.
-OLHA SÓ, TEM UM CARA AQUI QUE NÃO É GAGO NÃO! FALA FIRME, NEM TEM MEDO! TEM QUE OUVIR O QUE UM CARA DELE TEM O QUE FALAR E EU VOU FICAR QUIETO ANTES QUE ELE ME FAÇA ALGO!
Nisso, ele fica quieto por uns 2 minutos, me encarando. Retiro o livro da mochila novamente e sob olhares de todos no tubo, retomo minha leitura. De repente, esse filho-da-puta começa a resmungar:
-Quem pensa que é pra me mandar a calar a boca? Acha que sou gago? SOU FILHO DE GENTE GRANDE, NÃO DEVIA MEXER COMIGO, TENHO DINHEIRO MORO NO CENTRO (E basicamente tudo o que ele tinha dito antes, agora direcionado a minha pessoa).
Pensei: “Já que comecei, é melhor terminar”. Enquanto ele falava/ gritava, guardei o livro novamente e peguei no ombro dele, apertando sutilmente, enquanto falava que ele estava incomodando todo mundo e que se ele não parasse com aquilo, teria que tomar alguma providência. Como se minha mão fosse um pedaço de carne podre que tivesse caído ali, ele começou a encarar ela, enquanto falava:
-Vai fazer o que? me bater? É? Vem, pode me bater que tu tá fodido!
Ainda com a mão no ombro dele, falei que não era isso, e comecei a puxar ele pra fora do tubo, sobre olhares de todos. Nessa hora, ele vira para mim se soltando de minha mão e começa a me encarar.
Como se estivesse seguindo um roteiro, o ônibus se aproxima, eu olho pra ele e digo:
-Cara, eu ia fazer algo por você, mas agora meu ônibus chegou, se fode aí e não me enche o saco.
E entro no ônibus.
Lá dentro, todo mundo me encara. As duas velhas que iniciaram tudo isso se afastam e ficam no seu canto, caladas. Segundos depois do ônibus começar a se movimentar, sinto uma mão em meu ombro e um bafo característico. Era o bêbado novamente.
-Cara, que você ia fazer lá?
-Nada, talvez te ajudar, sei lá.
-Sabe quem eu sou? Já ouviu falar de (insira nome impronuniciável aqui)? Eu sou o cara abaixo dele, toda a droga do centro passa pela minha mão.
-Tá certo, e daí?
-Sabe, você com essa cara parece um dos balãozinho que a gente usava pra transportar, tu tem mó cara de quem mexe com droga.
-Tenho? isso é uma surpresa pra mim.
-É, tem sim. Sabe que eu podia ter matado você ali? Tua sorte é que eu tô sem meu berro.
-Cara, por mim, você que se foda, não ligo pra quem você é, o que faz ou quem já matou, mas fica na sua e não incomoda ninguém aqui, ok? Olha, tem um lugar livre ali, senta e tira um cochilo, ok?
Nessa hora, com o cu na mão, nem sei de onde tirei coragem pra falar isso, mas foi o que eu disse
-Olha que tu não é gago mesmo, hein? Vou ali mesmo e ficar no meu canto. Meu nome é (tal nome, nem lembro), você se chama como?
-Carlos.
-Olha, Carlos, se precisar de algo, fala comigo em (tal lugar, me forcei a esquecer), te arranjo algo na faixa.
Pode parecer algo idiota agora, mas acredito que essa foi a maior roubada que eu mais me arrisquei nesse ano. Abro espaço aqui pra falar um pouco sobre que tipos de pessoas estavam no ônibus. Tinham vários estudantes, pessoas comuns como eu, 2 caras que pareciam estar indo pra academia, o que confirmei na parada final, um grupo que estava indo para seu curso de SEGURANÇA, com aqueles uniformes e tudo o mais. Acredito que, se eu tivesse caído no chão, eles teriam passado por cima de mim, o que me deixa com mais certeza que eu só posso confiar em eu mesmo.

28 de julho de 2008

aprontando no serviço: parte 2

pouco a pouco, vou pegando o jeito de aprontar no serviço, ainda mais porque acabo descobrindo coisas que não tinha dado a atenção suficiente da primeira vez que vi. por exemplo, os caras que aparecem por lá. repositores, faxineiras, outros estoquistas, caixas, todo o tipo de trabalhadores que se encontra em um mercado aparecem por lá, seja pra fazer nada ou pra pegar produtos, sempre aparece uns por lá
antes de tudo, no local onde fico, tem um outro cara além de mim que cuida por lá, o seu valdemar, um cara chato que mal fala comigo, o que é bom, porque ele é chato. mas enfim, vamos ao que se pode fazer com as pessoas que aparecem por lá.
existe uma gaiola por lá, onde são guardados os doces. se chegar de mansinho ,tem como prender quem está por lá que só poderá sair quando o segunrança chegar. nunca fiz isso, só vi fazerem, mas eu ri muito ao ver isso.
outra coisa é quando tem rolos de papel higiênico soltos, de pacotes estourados pelo depósito. eles voam de maneira interessante, indo com uma trajetória certeira e forte, dependendo de como se joga. se tem gente suficiente pode se fazer dois times e cada um joga os produtos de um lado pra outro. mas duelos são interessantes também, sempre começam por uma besteira qualquer, algoque eu já me acostumei, sempre me cuidar para desviar de um rolo que pode tentar me atingir.
mas o melhor de tudo é o sabão em pó. as caixas de papel umedecem, tornando elas menos resistentes, fazendo que o sabão fique espalhado por tuodo que é canto quando uma caixa cai no chão. como desperdiçar é feio, e osabão tem uma consistência boa o suficiente para fazer bolinhas, é isso que se faz por lá, ao invés de bolas de neve, bolas de sabão em pó. elas estouram bem, deixando marcas nas paredes, chão, pessoas e onde mais acertar.
outr maneira de zoar os promotores é fazer brincadeiras individuais, mas fazer isso são garantias de que terá vingança. a que eu achei mais legal de se fazer foi quando estourou um tudo de silicone em pasta por lá. como os caras colocas os carrinhos ali, escondidos, eu peguei aquela pasta, uma esponja e lambuzei todos os lugares onde se pode colocar a mão naqueles carrinhos, berços e tudo o mais. no dia seguinte, olhar a cara feia de todo mundo e suas mãos brilhando foi um dos pontos altos de meu dia. depois fiquei isolado entre uma parede de papel higiênico, mas isso é tão incrivel que merece um post só pra isso. o que farei amanhã. texto sem revisar, sem tempo hoje para isso. descumplem os erros, mas fazer o que?

26 de julho de 2008

Escorregando por aí

Taí uma coisa que sempre que possível tento fazer. É óbvio que sempre me machuco e minha situação no final de cada um desses momentos acaba sendo a pior possível, mas de uma cosia sei: Eu sempre sobrevivo. Pelo menos, sobrevivi até agora e espero que continue assim.
Escorregar em lugares acabou por se tornar um hábito, desde que eu descobri que tenho uma grande capacidade de quase nunca me machucar gravemente e nunca ligar para sujeira na roupa, que vive no limite de ser confundida por uma calça de mendigo daquelas que dá pra ver as manchas de sujeira de longe, que podem ser confundidas até com uma decoração da calça, dependendo do padrão dela.
A primeira vez que escorreguei por algum lugar e que realmente importou foi em um terminal aqui em Curitiba. Qual foi, não me lembro, mas sei que ele tem uma escada que atravessa por baixo das plataformas e essas escadas tem por caracteristica ter em um de seus cantos uma pequena rampa em todos os degraus para transporte de algo. No dia que fiz isso, quase caí, mas por incrivel que pareça, consegui me equilibrar e descer tudo em uma velocidade média, algo que me deixou impressionado um pouco, mas não o suficiente, pois perdi tempo subindo a escada e repetindo tudo. 4 vezes. Depois, eu já ia mais rápido e não me importava com o olhar de um cara que stava esperando o ônibus e ficava me olhando estranho, como se aquilo fosse a coisa mais idiota do mundo. era, eu sei, mas foda-se. Acabei chegand oatrasado a uma entrevista de mprego por causa disso, mas não importa agora mais.
Depois disso, nunca mais voltei por lá e acabei me esquecendo disso, até que fui acampar. Eu e uns amigos fomos até uma pedreira e passamos a noite lá, comendo carne crua e dormindo em pedras, em uma história que contarei mais detalhes em breve.
No dia seguinte, logo no fundo do lugar onde tinhamos ficado, achamos uma pedreira de saibro, onde tinha um lugar legal para subir com uma vista perfeita. não sei quem deu a idéia, mas só sei que fui o primeiro a descer. Escorregando por cascalhos afiados, pedaços de pedregulhos que poderiam fatiar alguma coisa mais sensivel, chego ao final de um declive de mais ou menos 20 metros, com um ângulo de 50º mais ou menos. Pegue seu esquadro e descubra quanto é isso, só pra ter uma média da idiotice e perigo que acabei sobrevivendo. As outras coisas que aconteceram depois disso, contarei em outra oportunidade, mas só digo que ali, voltei a me lembrar que isso era legal e sempre que via um gramado, corrimão ou qualquer coisa que pudesse proporcionar um escorregar, eu estava lá, tentando fazer isso.
Um dos momentos que mais me lembro disso foi quando estava eu e umas amigas vadiando por tijucas do sul. Lá, uma cidade calma, sem nenhum perigo, estava eu andando com elas quando encontro uns caras conhecidos, que logo vem até mim pra conversar um pouco enquanto andamos. Quando estamos próximos a igreja, um deles fala:
- Olha só como a grama está úmida, se alguém cair ai pode morr... PUTA MERDA!
Isso que ele disse foi no momento em que me afastei deles, corri para um um impulso e saltei com tudo no gramado, escorregando a uma velocidade alta e descendo aquele pequeno morro em menos de 3 segundos. Enquanto eles davam a volta e um deles tentava sem sucesso repetir minha manobra, eu estava lá embaixo observando que, se eu tivesse pulado alguns centimetros para um dos lados, eu teria caído exatamente em cima de uma grade de bueiro, o que acabaria me levando a ferimentos que talvez fosse sérios. Mas nada aconteceu. Depois disso, sempre que tem um desafio assim, eu sou o primeiro a ser chamado, só porque sou o único com coragem/burrice suficiente para tentar primeiro e porque aquilo pode parecer legal depois, quando me contam como foi, pois nunca fazem videos disso ¬¬
Semana passada, recebi uma ligação de um de meus amigos de lá, falando que tinham ido a uma serra e lá tinha uns lugares que eu iria gostar de escorregar. Tentado entre viajar pra lá só para ver isso, ainda estou decidindo se vou ou não. mas ainda, me falta um pequeno incentivo para ir para lá de novo...

25 de julho de 2008

aprendendo a observar

Desde uns 6 anos atrás, eu comecei a observar de tudo. os pássaros, nuvens, pessoas, chão, tudo, exatamente tudo, sem deixar nada de lado. Como tudo isso começou eu me lembro bem e é exatamente isso que irei contar para vocês hoje.
Muito tempo atrás, eu andava por tudo que é lugar e acabava por ignorar tudo que era importante. Pessoas, ruas, locais importantes, tudo passava pela minha cabeça e era esquecido em poucos segundos, até que um dia, eu fui fazer meu cartão de transporte.
O lugar que fui fazer foi na rodoviária, e quem já foi lá sabe como aquele lugar é cheio, não importa o dia da semana ou a hora, sempre tem centenas de pessoas indo e vindo de algum lugar por lá.
Como o cartão iria demorar a ficar pronto eu resolvi dar umas voltas por lá. Na época, não era assim tão fácil fazer o cartão, era quando estava sendo implantado a bagaça e tinha uma fila enorme, que fazia com que tudo parecesse mais demorado que o normal. Some isso a um calor infernal e terá uma idéia de como que estavam, as coisas por lá.
Então, resolvi andar um pouco pelo lugar pra ver o que poderia achar por lá. Muito tempo atrás, eu me lembrava que tinha uma loja de mágicas por lá, mas era quando eu tinha uns 7 ou 8 anos, muito tempo, achei até que não existia mais. Eu estava enganado, como veremos a frente.
Eu andava por lá fazia já uns 15 minutos, olhando ocasionalmente as vitrines poucas que tem por lá, até que chego a essa loja, com a mesma vitrine de tanto tempo atrás, com as mesmas coisas que me lembrava de ter visto naquela época. Claro, não entrei na loja, mas sem querer, passei na frente dela um monte de vezes, porque esquecia qual plataforma tinha pego e acabava indo pela mesma.
Foi aí que, cansado, resolvi me sentar num daquels bancos e olhar o movimento. Ali, uma coisa passou pela minha cabeça, uma frase que me marcou e me motiva a continuar até hoje a observar de tudo, arranjando material para a minha vida e inspiração de cenas. A frase que me pareceu foi:
"Tantas pessoas andam de um lado pra outro, tantas histórias sendo vividas e eu aqui, sem uma pra viver. Se não tenho uma, imaginarei a dos outros.". E dai em diante, comecei a observar as pessoas. A primeira que vi, foi uma mulher, sentada poucos metros a minha frente. Ela tinha várias sacolas, e em uma delas, tinha um pacote de presente. Era uma caixa quadrada, que imaginei que ela iria levar para alguma pessoa importante. Acho que fiquei a observando por uns 10 minutos, até que ela entrou no ônibus e nunca mais a vi novamente. Dali em diante, observar pessoas se tornou um hábito, que logo foi estendido para árvores, ruas, o movimento, nuvens e o meu preferido, praças.
É claro, perdi minha senha nesse dia também, mas o que aprendi com tudo isso foi uma coisa que levo até hoje, e é um dos traços de minha personalidade quase inexistente.

24 de julho de 2008

almoço com o máskara

Uma das coisas que mais sinto falta agora que estou com um emprego ""decente"" é o tempo que eu perdia antes andando pelo calçadão da XV no centro de Curitiba. Lá, acontecia muitas coisas e aqui, vou contar uma delas, que nomeio como o dia que almocei com o máscara.
Eu tinha já feito tudo o que tinha que fazer no dia em tempo recorde como sempre: ir a bancos, pegar dinheiro, entregar coisas, tudo isso. Com o horário de almoçar se aproximando, me bateu aquela fome e fui para meu restaurante preferido, o que tinha a comida mais gostosa pelo menor preço. Enquanto me dirigia pra lá, ficava tentando me recordar o que tinha visto no dia, o que tinha feito até ali e planejando o que faria depois. Chegando lá, me sirvo de uma pequena montanha que me levaria a falência se eu almoçasse por quilo e sento na minha mesa habitual, de frente para a janela, para observar o movimento como sempre. De longe, vejo aquela figura estranha, vestida em um terno amarelo, com um chapéu de igual cor e andando e mexendo com as pessoas na rua. até pouso meus talheres no prato para ver aquilo melhor. Ele sai de meu ângulo de vista e volto a comer, mas não por muito tempo, pois um grito logo tira a atenção de minha tarefa:
-NÃO TEMAM! O MÁSKARA CHEGOU!
Como é costume quando isso acontece, nem olhei pra porta, ao contrário de todas as pessoas do restaurante, curiosas ao extremo. Só fiquei ouvindo ele andando pelo restaurante, zoando os que encontrava no caminho, falando besteiras na fila até que por fim, aquele silêncio caracteristico de alguém se decidindo toma conta do lugar. Dava pra sentir a tensão ali, do medo que as pessoas tinha de que ele sentasse numa mesa próxima de pessoas normais. Bom, já dá pra imaginar onde ele se senta, não é?
o espaço a minha frente logo é ocupado pelo prato dele, que se senta em um movimento estranho, dando umas voltas antes de finalmente colocar a bunda na cadeira.
-Olá, meu bom garoto, hoje almoçarei com você, se não se importa!
-beleza, sem problemas- e continuo a mastigar. Se ele entendeu, eu não sei, falei de boca cheia.
Fico en silêncio, comendo e o observando, coisa que ele também faz comigo, fazendo como se estivesse afiando o garfo e a faca. Cada porção de comida que ele colocava na boca era feito enquanto cantarolava uma música, que ignoro qual seja. Eu fico o olhando e ele faz o mesmo, até que aponta a faca para trás de mim e fala:
-Olha lá aquela mulher! Ela come que nem um rato!
Normalmente, se virariam sutilmente para ver o que estava seno apontado, mas não eu, me virei com tudo e encarei a mulher, que agora olhava para nós dois: ele, com a faca apontada para ela e eu, olhando na direção dela com a boca cheia, mastigando.
Volto a minha posição original, e penso em alguma besteira pra falar, alguma coisa que pudesse valer a pena lembrar depois. Na hora, só me veio isso:
- Escuta, essa tinta na sua cara coça?
-Não, nem um pouco, é tintura especial pra maquiagem mesmo
-Que coisa. Sabe, tem umas tinturas tóxicas, que podem matar.
Ele fica em silêncio e eu esperava uma resposta. Como não veio nenhuma, continuei:
-Você estava a uns dias nas casas Bahia, certo?
-Estava sim, mas agora esou ali, na loja de sapatos, ali tem um público mais interessante. Eu tenho que usar essas roupas, desde que participei daquele show de calouros, meu telefone não pára de tocar com contratações e tenho que ir onde pedem.
E aí, ele começa a contar a história da vida dele, o que aconteceu antes de ele vestir a roupa, o que levou ele a fazer isso, muitas coisas que mereceriam um "arquivo confidencial", mas que não vou falar nenhuma delas aqui, não interessa mesmo a história.
O almoço que deveria durar uns 10 minutos, dessa vez se estendeu para 30, dos quais fiquei falando besteiras com um desconhecido de terno amarelo e comendo uma boa comida. No fim, ele acabou de comer antes e saiu, se despedindo de mim de maneira normal e para os outros, correndo até o caixa em uma pose de fuga, que manteve até sair na rua, coisa que pude ver da janela...

23 de julho de 2008

Aprontando no serviço: parte 1

Ah, o trabalho de estoquista. Quando me disseram que esse trabalho seria chato, eu pra variar desconcordei, só pra ser do contra mesmo. E agora, percebo que eu fiz bem em não desistir desse trabalho por achar que ele não seria divertido.
Hoje, completa um mês que trabalho no Jacomar, nos bastidores do lugar, aqueles locais que poucos tem acesso e menos ainda tem o saco e paciência para ficar lá mais de algumas horas por dia. eu mesmo não fico por lá mais do que 4 horas, apesar de ter turnos que deveriam durar 7 horas...
E primeira coisa que percebi ao comecar a trabalhar lá é que, depois que você arrasta caixas suficientes, tudo fica mais fácil no dia seguinte. Seja porque fico mais forte (duvido muito) ou porque pego o jeito pra fazer o serviço, isso ainda continua um mistério para mim, que pretendo que continue assim.
A segunda coisa que eprcebi é que eu estou emagrecendo pelo menos 2 quilos por dia. Se eu não me alimento de maneira correta, que podem entender como "comer o suficiente para um cavalo", pois é mais ou menos isso que como por dia, mais ou menos o que eu emagreço eu recupero na hora do almoço ou mais tarde. Mas meu corpo de fisiculturista da somália não interessa, vamos ao que interessa, ao depósito em si, que é lá que acontece toda a magia e as zoeiras, onde eu enrolo a maior parte do tempo de meu dia.
A primeira semana minha lá foi só pra me acostumar, nada que aconteceu por lá naquela época é válido de uma história. Já contei como fiz um cara achar que tem câncer, que por sinal, ele ainda não voltou, pergunto sobre ele, e ninguém sabe onde ele está.
Algumas semanas atrás, o depósito estava vazio. Ele é formado por 6 corredores, com prateleiras altas, quase até o teto. normalmente, eles tem prateleiras que mal dá pra ver o outro lado de tão cheias. do nada, começa a chegar papel higiênico, ocupando todos os espaços dos outros produtos. com tanto papel higiênico, o som fica isolado, dá pra ouvir até o som do pó caindo.
Nessas, a única maneira de pegar os produtos que estavam ocultos pelas prateleiras era subir em cima dos rolos de papel, escoreggar até onde estava as ditas caixas, levantar elas e se arrastar de volta pro lugar onde tudo havia começado. uma beleza, depois de algumas horas, se acostumava e ra só ficar escoregando por cima de tudo, torcendo pra tudo não balançar e cair.
agora, tudo está limpo denovo e tudo isso que aconteceu só serviu pra aprender uma lição: nunca tente dar a volta em um palete de papel, ele pode tombar. legal...
dias atrás, estava eu andando pelo depósito, quando acho uma faca em um dos cantos. e mais outra e mais outra. no total, achei 6 facas por lá. como o dia estava chato e demoraria mais ou menos umas 2 horas pra acabar o dia de serviço, resolvi brincar.
peguei um pedaço de caixa, desenhei um alvo nele e prendi em um monde de sabão em pó, onde comecei a lancar as facas. fiquei nessa uns 40 minutos, até que cansei. juntei tudo e qual minha surpresa ao só encontrar 5 facas. na hora, nem me preocupei, ams depois, bateu aquela dúvida de onde poderia estar aquilo.
procuro em todos os lugares, e aí então, a acho. no corredor ao lado, um palete de qboa estava empilhado. e em um dos potes, estava a faca, toda cravada. na hora, penso que fiz merda e tento tirar a faca,ams mudo de idéia, podia espirrar, sei lá. criando coragem, tiro a faca e saio, porque deu a hora. no dia seguinte, penso que verei uma poça de qboa no caminho, mas não, tudo estava limpo. o palete de qboa tinha sumido. pelo que soube, foi pra outra loja, e até agora, não sei que merda deu isso, mas um dia, eu descubro...

22 de julho de 2008

Indo ao cinema

eu pretendia contar uma outra história hoje, mas como acabo de voltar da seção de Batman: o cavaleiro das trevas, resolvi contar algumas coisas que aconteceram hoje, aproveitando que os fatos ainda estão frescos em minha memória.
primeiro de tudo, fui no cinema aqui perto de casa, um shopping que não tem lojas, só o cinema, porque tudo faliu, só restou ele em pé. vou de sobretudo, porque estava frio, meio chovendo também, para me proiteger, como sempre, afinal, o sobretudo é como se fosse uma segunda pele, armadura de placas +1 contra dificuldades do tempo.
agora, em segundo lugar, o cinema estava VAZIO quando cheguei, só eu praticamente naquela bosta. olho os horários e vejo que a seção de Batman só iria começar as 20:40. tudo bem, se não fosse 18:25 quando cheguei e comprei o ingresso. tentado a voltar pra casa ou ficar ali esperando, escolhi a segunda opção, me sentando no chão apesar de ter vários bancos livres.
como estava com o livro Eragon, continuei minha leitura, para passar o tempo, e quando vi, já estava ali, sentado a uns 50 minutos, comendo bolachas e bebendo refrigerante, que eu não sou louco de comprar lá pelo dobro do preço. trago de casa mesmo.
aquela vontade de esvaziar a bexiga vem, então, resolvo ir até o banheiro. na praça de alimentação, as luzes estão apagadas, tudo quieto,sozinho. pensei rápido e só uma palavra veio a minha mente: TRAP! guardei o livro, e protegido pelas sombras, tentei me lembrar do caminho do banheiro, me locomovendo nas trevas mesmo. ouço o barulho caracteristico do mictório, e me dedico a minha tarefa, quando ouço barulhos na porta do banheiro. fico quieto, só ouvindo e do nada, um raio vermelho aparece nas lajotas.ficao mais parado ainda. o brilho vermelho se revela um alerta de um carro que passava por ali, e os barulhos, ainda não descobri, e prefiro que fique assim.
volto a meu lugar no chão, continuo a ler e quando vejo, a seção já começou e eu entro na sala, não sem antes comprar pipoca, coisa que odeio, mas resolvi comprar mesmo assim.
a dona que cuidava do balcão sempre que ia me atender, era distraida por um moleque maldito que a chamava, fazendo seu pedido. depois de ser ignorado 3 vezes, aproveito que o cara do meu lado tinha sido atendido e peço com ele. dou o dinheiro a ele, pego meu pote de pipoca e saio, achar meu lugar.
não vou falar do filme, todo mundo já falou sobre le e não tenho mais nada a acrescentar. o filme é foda e ponto final.
na saída, o meu telefone toca e rola um diálogo entre u e minha irmã:
-Santhyago?
- quê?
-tá onde?
-cinema
-tem chave?
-sim
vai demorar pra chegar?
-5 minutos- e já começo a correr
o legal de um sobretudo é que ele se abre com o vento e pessoas sendo ultrapassadas por alguém correndo com um fazem os mais bizarros comentários, como o que ouvi enquanto ultrapassava um grupo:
-AH MEU DEUS! UM JUMPER!
nem olhei para trás, cheguei em casa no tempo que prometi, a tempo de postar isso antes da meia-noite. agora, quando escrevo isso são 23:58. missão cumprida. amanhã, volto a programação normal

21 de julho de 2008

"Sou sósia oficial do roberto carlos"

a frase acima tem explicação, infelizmente. e com ela, aprendi uma lição que, sempre que possível, coloco em prática: "dê dinheiro a um bêbado antes que ele começar a falar".
a muitos anos atrás, mais exatamente 2 anos, eue trabalhava em uma lotérica. os turnos eram meio estranhos por lá, eu entrava as 13:30 e saía as 19:00, quando não pintava nenhum problema como assaltos, falta de dinheiro e essas coisas. um dia conto sobre o assalto, foi algo legal.
nesse dia que se passa o fato a seguir, eu tinha feito merda e acabei por sair de lá umas 20:30, mais ou menos, acho que era mais tarde, mas isso não vem ao caso agora. eu tinha duas escolhas para chegar em casa: ou pegava o terminal guadalupe, com seus bêbados, travestis prostitutas com idade para serem minha vó que sempre se colocavam entre o caminho do ônibus, ou eu tinha a escolha de ir até o estação e pegar o ônibus por lá. cansado e sem nenhuma moeda no bolso, resolvi pegar o caminho do estação. eu não sabia ali, mas tinha feito merda fazendo essa escolha.
andando sossegado pelas ruas, observando a vida noturna de praças e botecos, eu demorava uns 15 minutos pra chegar lá, e durante esse trajeto, fui fuçando meus bolsos, e, qual minha surpresa, achei em um deles 5 reais, que utinha dado como perdido a muitas semanas. entro em um desses botecos, e com toda a minha malemolência, bato no balcão e digo:
-Uma coca de um litro
todos param de beber e me olham, no que logo emendo:
- E pra viagem! Rápido!
seguido por caras de WTS de praticamente todos que estavam por lá, menos de um deles, que estava dormindo na mesa, com uma poça de baba já pingando no chão. me deram ela em um daqueles sacos de pão, marrons, uma coisa que, se fosse vista de longe, parecia uma garrafa de cachaça.
chego até meu ponto, tomando o refrigerante direto no bico, mas não sem antes ser parado por um bêbado que esperava na porta do tubo, que me aborda e diz:
-escuta, cara, me dá um pouco disso aí, eu to com sede, minhas pernas estão queimadas- levanta uma das pernas da calça e mostra um enorme quantidade dde cicatrizes- a pomada pra ela custa 80 reais o tubo to com fome preciso de dinheiro pra pegar o onibus me dá um gole disso?
demoro uns 3 ou 4 segundos para dividir tudo o que ele disse, traduzir, ficar confuso, juntar tudo de novo, colocar na ordem e finalmente entender o que ele havia dito. minha resposta? me arrependo até hoje dela:
-ó só cara, fica com a garrafa e peraí- tiro da carteira dois reais, troco do refrigerante- pega isso também.
-o meu deus, deus que ajude, que deu te dê em dobro deus te salve- e mais um monte de des te alguma coisa que ignorei, entrando no ponto rápido.
quem entra logo atrás de mim? achoq ue não preciso dizer. ele se encosta no cano a meu lado, e começa a falar umas coisas, sobre as queimaduras, sobre a pomada, tudo de novo, até que o ônibus chega e vou rapidamente para o fundo, onde acho um banco.
o costume de carregar um livro é algo que nunca perdi, mas nessa época eu não tinha mochila, então o dcarregava nas mãos mesmo. começo a ler el ali mesmo, mas logo sou interrompido. atrás de mim, ouço uma voz conhecida:
-saudações, pessoas que estão indovoltando pra casa, eu, sósia oficial do roberto carlos, vou cantar uma música pra alegrar a viagem de vocês- vai pro fundo do ônibus, EM MINHA FRENTE e começa a cantar aquela música do calhambeque.
eu não sou uma pessoa de sentir muita raiva, ams ali, naquele momento, achoque cheguei perto. demora uns 30 minutos pra chegar até o terminal o ônibus, e esse cara foi cantando a viagem inteira. quando cansava, ele começava a locutar partidas de futebol imaginárias, ou rodeios, uma coisa de louco. uma hora, eu tinhachegado até a pensar em dar os outros dois reais que u tinha para fazer ele calar a boca, mas o risco de ele dedicar uma música a mim era grande demais.
chego até o terminal, e não sou o único a se espremer na porta e tentar sair antes que o bebado resolva seguir alguém. nunca vi uma multidão correndo de algo, mas ali foi o mais perto que cheguei de uma cena assim.
Até mais, e hoje é segunda, leiam a coluna no AOE.

17 de julho de 2008

olhando o movimento...

Ir até a praça do japão é divertido. Lá, eu sempre vejo coisas que me fazem duvidar em meus olhos. Eu poderia começar a falar aqui sobre os encontros do dia da toalha que rolam por lá, mas isso é meio que especial demais, tenho que fazer um post só sobre isso, dado o número de acontecimentos que ocorrem nessas reuniões.
Da primeira vez que fui lá, logo depois que a praça foi re-inaugurada, aconteceram muitas coisas, todas elas me fazendo voltar a semana seguinte para ver de novo o que pode acontecer.
A primeira coisa que aconteceu foi um carro da RONE cercando dois caras sentados próximos a mim. Um dos policiais, meio afastado e com a arma em punho ficava ora observando a praça, ora observando a mim, até que por fim eles foram embora ,com os dois caras debaixo do braço, onde desovaram eles, nem quero saber.
Logo depois, acho que mais ou menos uma hora, ouço sons de pessoas gritando e fazendo zona, acabando com a harmonia da praça. Era um daqueles grupos de parentes, familiares que decidem andar por aí de bicicleta, fazendo um turismo interno na própria cidade, acompanhados de suas garrafas de água com gelo em bloco dentro, uma beleza. Como alguns devem saber, ali tem vários lagos, bonitos, com pontes e ilhas internas, fazendo conexão com as outras uma coisa de beleza incrível, não me canso de olhar pra elas. Estava eu escrevendo mais um capítulo de meu livro quando do nada ouço falarem:
-FHAJFAFHSJ, DUVIDO QUE CÊ PULE NA ILHA ALI, Ó!!- e aponta pra única que não tem ponte ligando.
Como é normal nesses desafios, sempre tem alguém pra fazer o que é imposto e dessa vez, não foi diferente. segundos depois, alguém diz:
-EU PULO!!!- seguido por um grito e depois de mais ou menos 3 segundos, ouço um tchbluf! É, ela tinha caído na agua, me dando uma nova informação. Sempre achava que os lagos da praça do japão eram rasos, que não passavam de espelhos de água, mas a água na cintura da guria me fez mudar de idéia, aquilo devia ter uns 50 centimetros de profundidade, talvez mais.
Já que estava molhada, o que era continuar? Andando de ilha em ilha sem usar as pontes, ela praticamente circula o lago, até a hora que a mãe, eu acho, a chama pra tomar água daquela garrafa, no mínimo 6 graus mais fria que a temperatura exterior. Felizmente, saíram rápido, me deixando com meus pensamentos de novo.
A árvore que tem lá no meio é protagonista de muitas fotos que aposto, muitos tem em seus álbuns como destaque. Poderia contar histórias de pessoas tirando fotos nela, mas isso não teria o mesmo impacto que tem essa história em especial. Novamente, eu entretido com meus pensamentos, quando entre um parágrafo e outro olho pros lados e vejo um cara embaixo de um árvore.
Ele estava olhando pra árvore, com um álbum nas mão. Olhava o álbum, dava uns passos, se arrumava um pouco, afastava, aproximava, sei lá, uma sequência de coisas que durou mais ou menos uns 3 ou 4 minutos, dos quais observei, curioso.
Quando ele parece ter achado o ponto certo, de suas costas ele tira a mochila, e de lá, um tripé, juntamente com uma camera. agora com a camera do lado, ele olha uma última vez para o álbum, para a tela dela e finalmente aperta o botão, tirando a foto. parecendo satisfeito com o resultado, ele guarda tudo, e sai do outro lado da praça, da mesma maneira que chegou...
E, a praça é legal, pelo menos sei que indo lá, meu dia será ao menos inusitado, e que terei garantia de encontrar pessoas legais. Amigos ou apenas filhos do arquiteto do universo, eu não sei, mas sei que sempre são pessoas que valem a pena.

porque a solidão me acompanha

Existe uns fatos de minha vida que definiram o porque eu sou assim. Hoje, vou contar a vocês o porque eu sou uma pessoa meio fechada e que demora a confiar nos outros. Se confiei em você rápido, você é um dos poucos que tiveram essa sorte. mas vamos a história:
Tudo começa na época que eu estudava. É, faz MUITO tempo, ainda mais se localizar exatamente o ano que isso ocorreu: 1998. Dez anos.
Estava eu no colégio, numa época que iria rolar uma excursão para algum lugar. Ou era um retiro? Nem me lembro direito, mas tenho quase certeza que era um retiro.
Estava lá, eu sentado em minha mala, pensando em nada, um hábito que tenho desde sempre. O meu lado de observar veio um pouco depois disso, mas contarei em outra oportunidade. Só lembrando que aquela época eu era um bocado diferente do que sou agora. Era MAIS magro, menos alto, e meus sapatos não eram da moda, coisa que nunca liguei.
Tudo iria bem, eu quieto em meu canto, sentado na frente de uma sala sobre minha mala, quando de LÁ do outro lado eu vejo eles chegando.
Desde o colégio existem esses grupinhos cruéis, de gente que se acha mais que os outros por motivos que quando se é mais novo são as coisas mais importantes da vida. Desde um relógio que superava meu paraguaio que acendia uma luz, até o boyzinho que tinha um brickgame com mais jogos que o meu, eles eram a elite do colégio, sendo os mais mais, os caras.
Mas voltando, eu no canto, eles chegando. Dois deles se sentam a meu lado, uma garota (sim, tinham garotas) do outro e o restante, acho que eram três, em minha frente. Eu estava cercado.
Hoje em dia, eu teria ficado na minha, dito um "opa!" e ficado quieto, mas não, eu tinha que falar algo.
-Querem Nutella? Viram o ônibus?
Eles olham pra mim, como se tivessem notado minha presença só agora.
-Oi, Santhyago.-todos respondem
E do nada, começam a falar comigo. Eu respondo ocasionalmente, faço umas perguntas e isso dura o que? Uns 10 minutos. nem que eu tivesse memória fotográfica lembraria tudo o que ele disseram.
Então, depois de uns 10 minutos um deles se levanta e é seguido por todos os outros. Eu fico no meu canto, levantar pra que? Aí então, um deles fala:
- O Santhyago não é alguém pra andar junto com a gente
E saem da mesma maneira que tinham chegado. Naquela hora, eu fiquei quieto, pensei em chorar, gritar alguma besteira, mas não, fiquei ali, sentado apenas, sem fazer nada. Depois disso, no rtetiro, eles ficaram se afastando de mim, nem olhavam o mesmo lado que eu. E eu em um canto solitário, uma coisa de louco, até que ali comecei a aprender a achar as pessoas que prestam. Os outros excluídos por eles. Um pessoal que não se entrosava, mas que também não deixavam de fazer as coisas de sempre. Se fazer uma força, lembro dos nomes deles até hoje.
Uma coisa que tenho que dizer antes de acabar hoje. Eu sou o que sou, com pessoas que gosto a minha volta exatamente por causa daquilo. E elas, o que são hoje em dia? Infelizmente, posso dizer isso, porque tenho umas informações de pessoas que conheço ainda daquela época. Um deles, foi preso por roubar um posto. Outro, morreu acho que a uns 3 anos, em um tiroteio ou algo assim. O outro, ninguém tem noticia, sumiu quando completou 18 e nunca mais foi visto. As garotas agora: viuva desses caras, agora tem 3 filhos pra cuidar, vivendo de favor na casa de seus pais. A outra ainda não se decidiu com quer se casar, saindo de seu 5º divórcio.
E eu, o que posso dizer de tudo isso? Obrigado por me excluir, me fez ser o que sou hoje...
Até amanhã, se aguentarem outra história minha.

16 de julho de 2008

"cara, isso é cancer"

tem dias que eu acordo com algo estranho dentro de mim, uma vontade louca de falar merda e só dar risada de quem cair nisso. mas isso só dura até que eu abra os olhos. por poucas vezes, isso passou pra depois disso. terça feira agora, por exemplo foi um desses dias.
acordei, e isso passou pelos meus olhos, e saiu. no trabalho, tudo estava normal, até que tudo começa...
onde trabalho, o cheiro é terrivel. é amaciante, sabão em pó, Qboa, detergente e tudo o mais que cheira bem, no mesmo lugar. como fica no subsolo, o frio lá é demais, porque nãotem janelas onde o sol bata, isso quando eu o vejo.
estava eu com o nariz trancado, sentido mal e mal os cheiros. quando me gritam para subir umas coisas pelo elevador. coloco uns paletes, que um dia explicarei como funciona a arte de empilhar um quase até o teto.
a dor em meu nariz estava forte demais, então,subo pra assoar ele. faço isso, e então, começo a sentir um cheiro de coisa queimada. dou umas fungadas, e rola o seguinte diálogo:
-*func*, *funnnnnc* cara, cÊ tá sentindo esse cheiro?
-*olha pro lado* é esses caminhões que chegam de fora, tudo sujo.
- orra meu, achei que estava com câncer, sabe cancer numa parte do cérebro faz vocÊ sentir cheiros estranhos as vezes.
-sério, cara?
-aham, agora, deixa eu mandar o resto.
passa o daia, o almoço, e lá pelas 3 da atarde, esse mesmo cara volta:
- o santhyago, vem cá, tá sentindo esse cheiro
-nem to não cara, você não peidou, não é?
-não, é aquilo que você disse, eu começei a sentir um cheiro de algo queimado.
-ihhhh, desculpa, mas não to sentindo não. cara, toma cuidado....
-e agora?
-ah,sei lá, pede o resto do dia de folga :v
-vou fazer isso, até mais
eu realmente não tinha sentido nada, porque estava com o nariz trancado denovo. depois, senti e descobri que era um bolo que tinha quimado (minuto de silêncio pelo bolo).
eu poderia ter voltado e falado pra ele, mas não, fiquei na minha, sem falar nada. a cada vez que cruzava o caminho com ele, olhava com uma cara triste, trocada por um sorriso perverso logo depois. só sei que ele saiu uma hora antes de todo mundo. e que hoje não veio. se ele sobreviver a isso, talvez eu conte a verdade. TALVEZ (6)

Uns dias, uma história

aqui estou, Santhyago um ser que é extremamente averso a blogueiros, s e tornando o que mais odeia. mas quem liga? estou aqui só pra escrever minhas histórias de meu dia, porque no fim de tudo, eu sempre me squeço delas.
desde já aviso que, se alguém ler isso, eu dou parabéns, porque o fato de ler minhas histórias quer dizer que um dia você ouviu, ouvirá ou viveu elas comigo. então, vamos lá a apresentação dessa bagaça.
dividirei isso em categorias. cada uma delas, realcionada a um tipo de história.
Trabalho: coisas que acontecem no serviço, algo que posso definir com um lugar estranho até pra mim.
Na rua: coisas que vejo por aí e que merecem ser contadas
Aleatório: coisas que quero contar, e não são relacionadas a nada
trechos: pedaços de meu livro, para apreciação de quem quiser ver o que acontece com Résio e a tripulação do navio sem nome
Bom, é isso. Eu sou Santhyago e Não sou um blogueiro Bitolado. É, acho que a frase fica melhor assim.