24 de julho de 2008

almoço com o máskara

Uma das coisas que mais sinto falta agora que estou com um emprego ""decente"" é o tempo que eu perdia antes andando pelo calçadão da XV no centro de Curitiba. Lá, acontecia muitas coisas e aqui, vou contar uma delas, que nomeio como o dia que almocei com o máscara.
Eu tinha já feito tudo o que tinha que fazer no dia em tempo recorde como sempre: ir a bancos, pegar dinheiro, entregar coisas, tudo isso. Com o horário de almoçar se aproximando, me bateu aquela fome e fui para meu restaurante preferido, o que tinha a comida mais gostosa pelo menor preço. Enquanto me dirigia pra lá, ficava tentando me recordar o que tinha visto no dia, o que tinha feito até ali e planejando o que faria depois. Chegando lá, me sirvo de uma pequena montanha que me levaria a falência se eu almoçasse por quilo e sento na minha mesa habitual, de frente para a janela, para observar o movimento como sempre. De longe, vejo aquela figura estranha, vestida em um terno amarelo, com um chapéu de igual cor e andando e mexendo com as pessoas na rua. até pouso meus talheres no prato para ver aquilo melhor. Ele sai de meu ângulo de vista e volto a comer, mas não por muito tempo, pois um grito logo tira a atenção de minha tarefa:
-NÃO TEMAM! O MÁSKARA CHEGOU!
Como é costume quando isso acontece, nem olhei pra porta, ao contrário de todas as pessoas do restaurante, curiosas ao extremo. Só fiquei ouvindo ele andando pelo restaurante, zoando os que encontrava no caminho, falando besteiras na fila até que por fim, aquele silêncio caracteristico de alguém se decidindo toma conta do lugar. Dava pra sentir a tensão ali, do medo que as pessoas tinha de que ele sentasse numa mesa próxima de pessoas normais. Bom, já dá pra imaginar onde ele se senta, não é?
o espaço a minha frente logo é ocupado pelo prato dele, que se senta em um movimento estranho, dando umas voltas antes de finalmente colocar a bunda na cadeira.
-Olá, meu bom garoto, hoje almoçarei com você, se não se importa!
-beleza, sem problemas- e continuo a mastigar. Se ele entendeu, eu não sei, falei de boca cheia.
Fico en silêncio, comendo e o observando, coisa que ele também faz comigo, fazendo como se estivesse afiando o garfo e a faca. Cada porção de comida que ele colocava na boca era feito enquanto cantarolava uma música, que ignoro qual seja. Eu fico o olhando e ele faz o mesmo, até que aponta a faca para trás de mim e fala:
-Olha lá aquela mulher! Ela come que nem um rato!
Normalmente, se virariam sutilmente para ver o que estava seno apontado, mas não eu, me virei com tudo e encarei a mulher, que agora olhava para nós dois: ele, com a faca apontada para ela e eu, olhando na direção dela com a boca cheia, mastigando.
Volto a minha posição original, e penso em alguma besteira pra falar, alguma coisa que pudesse valer a pena lembrar depois. Na hora, só me veio isso:
- Escuta, essa tinta na sua cara coça?
-Não, nem um pouco, é tintura especial pra maquiagem mesmo
-Que coisa. Sabe, tem umas tinturas tóxicas, que podem matar.
Ele fica em silêncio e eu esperava uma resposta. Como não veio nenhuma, continuei:
-Você estava a uns dias nas casas Bahia, certo?
-Estava sim, mas agora esou ali, na loja de sapatos, ali tem um público mais interessante. Eu tenho que usar essas roupas, desde que participei daquele show de calouros, meu telefone não pára de tocar com contratações e tenho que ir onde pedem.
E aí, ele começa a contar a história da vida dele, o que aconteceu antes de ele vestir a roupa, o que levou ele a fazer isso, muitas coisas que mereceriam um "arquivo confidencial", mas que não vou falar nenhuma delas aqui, não interessa mesmo a história.
O almoço que deveria durar uns 10 minutos, dessa vez se estendeu para 30, dos quais fiquei falando besteiras com um desconhecido de terno amarelo e comendo uma boa comida. No fim, ele acabou de comer antes e saiu, se despedindo de mim de maneira normal e para os outros, correndo até o caixa em uma pose de fuga, que manteve até sair na rua, coisa que pude ver da janela...

3 comentários:

Déborah disse...

oi^^
vc comentou no meu blog e valeu pelas dicas.
eu fiz o blog pra começar a escrever melhor, eu quero ser jornalista e eu acho q conhecer melhor meu jeito de escrever seria mto bom pra mim!qdo eu fui começar a escrever eu vi q eu não sei escrever pra outras pessoas lerem, so consigo escrever coisas pra mim e eu preciso melhorar isso!
vou guardar suas dicas e nao vou esquece-las.valeu mesmo
depois [daqui um tempo..] volta lá pra ver se eu evolui, ou não!
^^

Luli disse...

asuhhuahsuahuahuauhshau
Medo dos curitibanos!
sauhhusahuashuas
Medo do Santhy!
asihhashuashuasuhshuasuh

Você não abraçou ele?
Eu iria abraça-lo!

Lina. disse...

Queria que minha capacidade para falar fosse tão grande quanto a minha de imaginar. Deve ser interessante conversar com pessoas estranhas e desconhecidas... Huahuahuah

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