25 de julho de 2008

aprendendo a observar

Desde uns 6 anos atrás, eu comecei a observar de tudo. os pássaros, nuvens, pessoas, chão, tudo, exatamente tudo, sem deixar nada de lado. Como tudo isso começou eu me lembro bem e é exatamente isso que irei contar para vocês hoje.
Muito tempo atrás, eu andava por tudo que é lugar e acabava por ignorar tudo que era importante. Pessoas, ruas, locais importantes, tudo passava pela minha cabeça e era esquecido em poucos segundos, até que um dia, eu fui fazer meu cartão de transporte.
O lugar que fui fazer foi na rodoviária, e quem já foi lá sabe como aquele lugar é cheio, não importa o dia da semana ou a hora, sempre tem centenas de pessoas indo e vindo de algum lugar por lá.
Como o cartão iria demorar a ficar pronto eu resolvi dar umas voltas por lá. Na época, não era assim tão fácil fazer o cartão, era quando estava sendo implantado a bagaça e tinha uma fila enorme, que fazia com que tudo parecesse mais demorado que o normal. Some isso a um calor infernal e terá uma idéia de como que estavam, as coisas por lá.
Então, resolvi andar um pouco pelo lugar pra ver o que poderia achar por lá. Muito tempo atrás, eu me lembrava que tinha uma loja de mágicas por lá, mas era quando eu tinha uns 7 ou 8 anos, muito tempo, achei até que não existia mais. Eu estava enganado, como veremos a frente.
Eu andava por lá fazia já uns 15 minutos, olhando ocasionalmente as vitrines poucas que tem por lá, até que chego a essa loja, com a mesma vitrine de tanto tempo atrás, com as mesmas coisas que me lembrava de ter visto naquela época. Claro, não entrei na loja, mas sem querer, passei na frente dela um monte de vezes, porque esquecia qual plataforma tinha pego e acabava indo pela mesma.
Foi aí que, cansado, resolvi me sentar num daquels bancos e olhar o movimento. Ali, uma coisa passou pela minha cabeça, uma frase que me marcou e me motiva a continuar até hoje a observar de tudo, arranjando material para a minha vida e inspiração de cenas. A frase que me pareceu foi:
"Tantas pessoas andam de um lado pra outro, tantas histórias sendo vividas e eu aqui, sem uma pra viver. Se não tenho uma, imaginarei a dos outros.". E dai em diante, comecei a observar as pessoas. A primeira que vi, foi uma mulher, sentada poucos metros a minha frente. Ela tinha várias sacolas, e em uma delas, tinha um pacote de presente. Era uma caixa quadrada, que imaginei que ela iria levar para alguma pessoa importante. Acho que fiquei a observando por uns 10 minutos, até que ela entrou no ônibus e nunca mais a vi novamente. Dali em diante, observar pessoas se tornou um hábito, que logo foi estendido para árvores, ruas, o movimento, nuvens e o meu preferido, praças.
É claro, perdi minha senha nesse dia também, mas o que aprendi com tudo isso foi uma coisa que levo até hoje, e é um dos traços de minha personalidade quase inexistente.

2 comentários:

Luli disse...

Eu acho que você tem uma excelente personalidade.
Gosto de observar as pessoas, mas escolho elas com cuidado, dai fico supondo coisas sobre elas. É legal fazer isso no ônibus.

Lina. disse...

Observar é muito legal. Eu acabo perdendo de ver muitas coisas que todo mundo vê e vendo outras em que as pessoas não reparam. É uma mitura de distração e observação, meio estranho e contraditório, talvez. Huahuahuah
E "personalidade quase inexistente" uma ova, guri!

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