17 de julho de 2008

porque a solidão me acompanha

Existe uns fatos de minha vida que definiram o porque eu sou assim. Hoje, vou contar a vocês o porque eu sou uma pessoa meio fechada e que demora a confiar nos outros. Se confiei em você rápido, você é um dos poucos que tiveram essa sorte. mas vamos a história:
Tudo começa na época que eu estudava. É, faz MUITO tempo, ainda mais se localizar exatamente o ano que isso ocorreu: 1998. Dez anos.
Estava eu no colégio, numa época que iria rolar uma excursão para algum lugar. Ou era um retiro? Nem me lembro direito, mas tenho quase certeza que era um retiro.
Estava lá, eu sentado em minha mala, pensando em nada, um hábito que tenho desde sempre. O meu lado de observar veio um pouco depois disso, mas contarei em outra oportunidade. Só lembrando que aquela época eu era um bocado diferente do que sou agora. Era MAIS magro, menos alto, e meus sapatos não eram da moda, coisa que nunca liguei.
Tudo iria bem, eu quieto em meu canto, sentado na frente de uma sala sobre minha mala, quando de LÁ do outro lado eu vejo eles chegando.
Desde o colégio existem esses grupinhos cruéis, de gente que se acha mais que os outros por motivos que quando se é mais novo são as coisas mais importantes da vida. Desde um relógio que superava meu paraguaio que acendia uma luz, até o boyzinho que tinha um brickgame com mais jogos que o meu, eles eram a elite do colégio, sendo os mais mais, os caras.
Mas voltando, eu no canto, eles chegando. Dois deles se sentam a meu lado, uma garota (sim, tinham garotas) do outro e o restante, acho que eram três, em minha frente. Eu estava cercado.
Hoje em dia, eu teria ficado na minha, dito um "opa!" e ficado quieto, mas não, eu tinha que falar algo.
-Querem Nutella? Viram o ônibus?
Eles olham pra mim, como se tivessem notado minha presença só agora.
-Oi, Santhyago.-todos respondem
E do nada, começam a falar comigo. Eu respondo ocasionalmente, faço umas perguntas e isso dura o que? Uns 10 minutos. nem que eu tivesse memória fotográfica lembraria tudo o que ele disseram.
Então, depois de uns 10 minutos um deles se levanta e é seguido por todos os outros. Eu fico no meu canto, levantar pra que? Aí então, um deles fala:
- O Santhyago não é alguém pra andar junto com a gente
E saem da mesma maneira que tinham chegado. Naquela hora, eu fiquei quieto, pensei em chorar, gritar alguma besteira, mas não, fiquei ali, sentado apenas, sem fazer nada. Depois disso, no rtetiro, eles ficaram se afastando de mim, nem olhavam o mesmo lado que eu. E eu em um canto solitário, uma coisa de louco, até que ali comecei a aprender a achar as pessoas que prestam. Os outros excluídos por eles. Um pessoal que não se entrosava, mas que também não deixavam de fazer as coisas de sempre. Se fazer uma força, lembro dos nomes deles até hoje.
Uma coisa que tenho que dizer antes de acabar hoje. Eu sou o que sou, com pessoas que gosto a minha volta exatamente por causa daquilo. E elas, o que são hoje em dia? Infelizmente, posso dizer isso, porque tenho umas informações de pessoas que conheço ainda daquela época. Um deles, foi preso por roubar um posto. Outro, morreu acho que a uns 3 anos, em um tiroteio ou algo assim. O outro, ninguém tem noticia, sumiu quando completou 18 e nunca mais foi visto. As garotas agora: viuva desses caras, agora tem 3 filhos pra cuidar, vivendo de favor na casa de seus pais. A outra ainda não se decidiu com quer se casar, saindo de seu 5º divórcio.
E eu, o que posso dizer de tudo isso? Obrigado por me excluir, me fez ser o que sou hoje...
Até amanhã, se aguentarem outra história minha.

2 comentários:

Lina. disse...

Esses tipinhos...
Eu nunca andei com os mais mais, sempre fiz parte do grupo dos que não se encaixam com o resto, mas por sorte acabo arranjando pessoas legais para andar comigo, mesmo que geralmente fique só no nível de colega próximo mesmo.
Por mais cliche que seja, o que importa é ser você mesmo e fim de papo.

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Luli disse...

Nunca me importei com eles. Que bobinho que você era!
xD